No supermercado 
Eva escolhe a mais bela 
e luzidia maçã.
Idealiza o doce sumo 
misturando-se à saliva.

O sonho insinua-se ao real. 
A palavra explora fronteiras, 
dissolve as margens, 
induz a tramarem-se 
com visceralidade sexual.

Já em casa
o fluxo forte do chuveiro 
silva como serpente 
sobre sua nudez.

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