Palavra
alguma
dos
meus lábios
Amanhecer
in
suficiente
para
despertar
pássaros
Com
um amigo
ex-monge
beneditino
conversamos
sobre
o
voto de silêncio
Concordamos
que
a
superfície é muda
mas
dentro palavras
não
se aquietam
sobretudo
nos poetas
Eu
agora calado
estranho
prazer
em
pensar: os lábios
calam
o declínio
dos
dentes por
ser
filho dileto
jesus
cristo teria
todos
os dentes
aos
trinta e três?
Agrada-me
a imagem
dos
caninos pelo
vínculo
mantido
com
os grandes
e
pequenos
predadores
Outro
fôlego:
recordo
uma lição
aprendida
na infância
a
intensidade do sopro
para
despetalar com
maior
beleza
o
dente-de-leão