mudam alteram
transformam
metamorfoseiam
os verbos
nos versos
dirão não
serem mais os mesmos
embora ilegíveis
da superfície
sob o breve pouso
como estivessem
intactos
serão lidos
pelo desatento pássaro
pode-se confiar na
lúcida leitura
dos próprios olhos?
veem a partir de outro tempo
mais lento e silencioso
diferente matéria os molda
mais densa e calma
a luz que emanam
agora sóbria e amena
não são mais os mesmos
menos elétricos mais ternos
os olhos mantém a vivacidade
que arrefece na carne
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