Cortejo de animais
fareja meus poros.
A fêmea sabe-se
corola acesa.
O macho compreende
o odor a quilômetros.
Espécie de cio
inscreve-se na pele.
Cortejo de animais
fareja meus poros.
Há lascívia em ler
o aroma do livro novo.
Há lascívia no sommelier.
Há lascívia em colher
uma folha de chá
e cheirá-la.
Em fechar os olhos
e respirar o hálito
com profundos haustos.
Exploro.
Dedos
tateiam
tuas pétalas,
ornados
cada poro
alvéolo
do olor.
Ao vê-los
efêmeros,
logo inodoros
insípidos
apenas dedos
colho teu rastro
maturo o fruto
sirvo-o
ao meu olfato.
Percebo:
perfume
sumo
lume
selvagens.
Sigo
o
signo.
Animal
farejo.
Cortejo
de palavras
traduzem:
pele
especular
onde re
vivo
o
espetáculo,
teu
sexo.
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