orna com formas amenas
o silêncio da antessala
nas folhas rajadas vejo
o dorso de um tigre verde
adormecido no fundo da jaula
(hoje preciso reler Der Panther)

quem quererá os caninos
da verdade transpassando
a carne até o osso?

palavra despida
sem a convulsa
dança da náusea

prefiro o poema 
que ao lacerar lê
pétalas liquefeitas
louva a iminência do jardim
sob o livre velejar das lâminas

sob o peso da poesia
a experiência permanece



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