sentado em uma praça
lendo Marina Tsvetáieva
contra o corpo sopra
frio ainda suportável
pássaros buscam insetos
entre o gramado úmido
pelo orvalho noturno
olhos fixos no horizonte
o ilustre busto de bronze
cada vez mais fosco
e defecado por pombos
a vida segue ao redor e dentro
tivesse ossos tão frágeis
quanto o esqueleto das aves
as mãos vazias os dedos menos
gelados memória alguma
ou ninguém à espera
não significaria tanto saber-se
imerso na luz amena da manhã
do dia limítrofe entre outono
e inverno lendo a poesia
de Marina Tsvetáieva
Nenhum comentário:
Postar um comentário