Artista Paulo Nazareth.
                          
   A caminho da escola, crianças encontram o cadáver de um cão. Em suas cabeças não soa a palavra: insepulto. Contemplam. Cada olhar colhe um detalhe. Há moscas pretas e verdes. Caninos à mostra. Pelo castanho, talvez o chamavam caramelo.    
   Cutucá-lo com um galho seco, ensina que a morte é tátil. Outra lição a ser compreendida: os mortos permanecem de olhos abertos, não fecham as pálpebras como último gesto. 

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