Pela manhã, recebo-te quando surges da penumbra do quarto de janelas fechadas para a luminosidade da sala. Cabelos desgrenhados, olhos sonolentos, antes mesmo de ir ao banheiro urinar, recebo-te cheirando-lhe o corpo: lóbulos, face, pescoço. Seguro com as duas mãos teu rosto e cheiro.
Eu te farejo. Tenho por um instante a consciência de ser um animal. Um animal que não fareja movido pelo desejo e sim por uma lacerante ternura que acaricia-lhe a alma com delicadas lâminas.
Olho-te nos olhos, beijo tua bochecha e sorrio meu bom dia em nossa última manhã intacta.
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