Disse lâmina,
mas querias
ouvir morfina.
Não lhe dei esperanças:
provavelmente vais morrer
e não sei o que há além.
A ideia de paraíso muda
de cultura para cultura.
O que esboçou-me alguma fé
foi ler Dostoiévski:
Se Deus não existe tudo é permitido.
Mostrei-lhe as unhas
roídas até a carne.
Ardem.
Impedem-me penetrar o ânus azul
do futuro.
Acaso sobrevivamos
prometo
acariciar teus cabelos
com dedos
e alma
intactos.
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