haviam ao menos
operado as amígdalas.
A musa nada,
carne intacta.
Idealiza que a poesia
deslocará da função cotidiana
a palavra lâmina.
Mas o poeta
faz do sangue
pétalas líquidas.
Não decapita
a musa
completando o ciclo.
Só contempla
o seppuku.
Versa que o amor
a cure.Não celebra o ritual
com belo e cruel
haiku.
Musa
realize-se:
sobre a pele
cicatrizes
cruzem-se
feito ideograma.