Sapatos de salto alto secam esquecidos na janela. Incidia sol contra o quarto andar. A luz
estilhaçava-se sobre falsos cristais.
Agora, sob a sombra, o olhar apagado de pantera cativa. Sim, há Rilke na estante. As Cartas e Elegias em edições bilíngue.
Dentro de casa pisa descalça. Solas leem a textura monótona das lajotas. A temperatura reptícia da cerâmica não mais arrefece a febre dos pés.
Com a poesia compreende: precisa calçar outro chão.
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