Ouço o aço
das palavras
ainda silenciosas.
Impeço-as de soar
ensurdecedoras
como lâminas ao sol.
Sombras suavizam
sua afilada fome.
O faquir domina a arte
de não ferir-se
ao estender o corpo
sobre a indocilidade.
A faca sendo
instrumento cotidiano
faz-se extensão do homem.
Divide com fidelidade
o pão, a laranja.
Permanecem intactos
os pulsos daquele
que a empunha surdo
ao aço das palavras.
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