margens mansas
o tempo abranda
o limite lâmina
da página as formas
apazigua a fome
de ser faca
dedos percorrem ilesos
o fio gasto pelo uso
bordas borradas agora
apenas sussurram
mas,
resiste intacto
no papel opaco
o poema impresso
e o que há de vivo
movendo-se
em suas vísceras
imagens indóceis
arraigado elo
une ao velho livro
ganho no dia
da despedida
é ainda
sempre será
signo aceso
do que
rompeu-se
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