porque
o tato talvez
não traduza
a inquietude
oculta pelo
silêncio
cala
o mínimo
movimento
Kafka
teu artista
da fome
almeja
outro limite
nem toda
imobilidade
busca
a iluminação
búdica
quer
encenar
o signo
pedra
ou
ouvir
o ritmo:
sangue
e visões
alguém o
compreenderá
superfície lisa
lago sem
a carícia
da mais
suave brisa?
não haverá resposta
sem percorrer o percurso
submerso em si
exilar-se no deserto
onde memórias uivam
os pés peregrinos
fedem e estão feridos
sabes sob
qualquer
teto não
estás
a salvo
palavras
se movem
tateia
o próprio
corpo
lê
a consistência
da carne
o tato
testa
o que
resta
intacto
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