Resta a espera
embora
incerta
a hora
parece iminente
o momento de
soarem os sinais
da chegada
prenúncio de chuva
lido no vento
Estar à espera:
sentir na pele
o tempo mover-se
incompleto, sem
a presença
Pousa na memória
a promessa do regresso
acesa como ferida recente
Os olhos colhem
corola por corola
do jardim indócil
para despetalá-las
Os olhos desconstroem
a paisagem ao redor
fora, além: tudo
esvai-se de sentido
Olhos submersos
leem as anotações
escritas pelo náufrago
sobre a espera
Nenhum comentário:
Postar um comentário