não tão
coeso quanto
uma gota
de sangue
desfaz-se em
estilhaços
o ponto
menos denso
que a negra
pupila sob
vidraça de
lágrimas
podes des-
construí-lo
o ponto
cotidiano como
o bando de pombos
em torno do pão
rumor de passos
atravessando o corpo
da praça dissipa
o ponto
um
outro
ponto:
imagem
agregando
palavras
a analogia
da colmeia
não traduz
a mistura
de crime
e luz
o ponto: o
escreva
espécie
de porto
Agradeço a poeta Priscila Merizzio, as editoras Mariza Lourenço e Silvana Guimarães por terem acolhido meus poemas.
Eis o link para meus escritos:
http://www.germinaliteratura.com.br/2015/gustavo_petter.htm
E o link para a edição completa:
http://www.germinaliteratura.com.br/index1.htm
Insetos
incandescentes
ao cruzar
sob o fluxo
aceso que
mana das
lâmpadas
de mercúrio
A luz pousa
silenciosa
Único
rumor:
o ritmo
de passos
esmagando
mínimos
besouros
Pássaros
noturnos
os olhos
silenciosos
no parapeito
do quarto
andar sem
cogitar o salto
apenas
relembram
atônitos
a cruel beleza
do poema sobre
a moça suicida
em Greenwich Village
de Gregory Corso
incandescentes
ao cruzar
sob o fluxo
aceso que
mana das
lâmpadas
de mercúrio
A luz pousa
silenciosa
Único
rumor:
o ritmo
de passos
esmagando
mínimos
besouros
Pássaros
noturnos
os olhos
silenciosos
no parapeito
do quarto
andar sem
cogitar o salto
apenas
relembram
atônitos
a cruel beleza
do poema sobre
a moça suicida
em Greenwich Village
de Gregory Corso
Resta a espera
embora
incerta
a hora
parece iminente
o momento de
soarem os sinais
da chegada
prenúncio de chuva
lido no vento
Estar à espera:
sentir na pele
o tempo mover-se
incompleto, sem
a presença
Pousa na memória
a promessa do regresso
acesa como ferida recente
Os olhos colhem
corola por corola
do jardim indócil
para despetalá-las
Os olhos desconstroem
a paisagem ao redor
fora, além: tudo
esvai-se de sentido
Olhos submersos
leem as anotações
escritas pelo náufrago
sobre a espera
embora
incerta
a hora
parece iminente
o momento de
soarem os sinais
da chegada
prenúncio de chuva
lido no vento
Estar à espera:
sentir na pele
o tempo mover-se
incompleto, sem
a presença
Pousa na memória
a promessa do regresso
acesa como ferida recente
Os olhos colhem
corola por corola
do jardim indócil
para despetalá-las
Os olhos desconstroem
a paisagem ao redor
fora, além: tudo
esvai-se de sentido
Olhos submersos
leem as anotações
escritas pelo náufrago
sobre a espera
porque
o tato talvez
não traduza
a inquietude
oculta pelo
silêncio
cala
o mínimo
movimento
Kafka
teu artista
da fome
almeja
outro limite
nem toda
imobilidade
busca
a iluminação
búdica
quer
encenar
o signo
pedra
ou
ouvir
o ritmo:
sangue
e visões
alguém o
compreenderá
superfície lisa
lago sem
a carícia
da mais
suave brisa?
não haverá resposta
sem percorrer o percurso
submerso em si
exilar-se no deserto
onde memórias uivam
os pés peregrinos
fedem e estão feridos
sabes sob
qualquer
teto não
estás
a salvo
palavras
se movem
tateia
o próprio
corpo
lê
a consistência
da carne
o tato
testa
o que
resta
intacto
o tato talvez
não traduza
a inquietude
oculta pelo
silêncio
cala
o mínimo
movimento
Kafka
teu artista
da fome
almeja
outro limite
nem toda
imobilidade
busca
a iluminação
búdica
quer
encenar
o signo
pedra
ou
ouvir
o ritmo:
sangue
e visões
alguém o
compreenderá
superfície lisa
lago sem
a carícia
da mais
suave brisa?
não haverá resposta
sem percorrer o percurso
submerso em si
exilar-se no deserto
onde memórias uivam
os pés peregrinos
fedem e estão feridos
sabes sob
qualquer
teto não
estás
a salvo
palavras
se movem
tateia
o próprio
corpo
lê
a consistência
da carne
o tato
testa
o que
resta
intacto
Antes do amanhã
há o amanhecer
As manhãs interpondo-se
entre corpo e sonho
A metáfora dos degraus
organizados como vértebras
narrada pelo mestre
que sobe de elevador
sem dar bom dia
ao ascensorista
Opto pela penumbra
de escadarias mal iluminadas
em pensões Dostoievskianas,
por apartamentos
sem aquecimento
onde poetas Beats
alçam à sabedoria
Pensando o porvir
olhos automáticos
miram a aurora
sem exclamar:
horizonte aceso!
O importante: amanhã
haverá outra manhã
há o amanhecer
As manhãs interpondo-se
entre corpo e sonho
A metáfora dos degraus
organizados como vértebras
narrada pelo mestre
que sobe de elevador
sem dar bom dia
ao ascensorista
Opto pela penumbra
de escadarias mal iluminadas
em pensões Dostoievskianas,
por apartamentos
sem aquecimento
onde poetas Beats
alçam à sabedoria
Pensando o porvir
olhos automáticos
miram a aurora
sem exclamar:
horizonte aceso!
O importante: amanhã
haverá outra manhã
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