Cão-guia 
conduz 
o cego
observo-os
entre transeuntes
que nunca lerão
os versos do Inferno
onde Cérbero
habita

O cio das fêmeas
sobras de fast food
não distraem
o cão adestrado

Já a destra
leva-me
por texturas
leio o cheiro
e a febre

O que não seja 
desejo
faz-se 
ilegível

Com maestria
a poesia
rege
rumo
ao abismo


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