no
fundo do quintal
o
cacto se reescreve
em
árvore de tão alto
ventos
e temporais
sopraram
fortes
o
corpo cacto
jamais
caíra
não
por isso
menos
indócil
nesse
meu
poema
menor
vizinha
ao cacto
a
lavoura do avô
Ervim
que nunca
lera
Manuel Bandeira
e
cultivava aipim
e
batata doce
raízes
comestíveis
como
a memória
que
deve ser
triturada
pelos dentes
reescrita
na língua
o
poema-diálogo
o
poema-homenagem
o
poema-poema
tateia
sem medo
a
imagem intratável
destemor
semelhante
ao
do bambuzal
assoviado
dia e noite
sobre
a afilada
quietude
do cacto
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