Lendo Leopoldo
Maria Panero
compreendi
o ritmo da língua 
através das blasfêmias

Crânio de um anão
transpassado no ânus
do mais belo anjo

ao redor a legião
chora palavras
por clemência
mas o poeta escreve
odes sujas de fezes 
e sangue na brancura
dos ossos

o corpo segue ébrio
entregue ao empuxo
da linguagem


Deus
silencioso



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