dizer azul
silencioso
lembra lábios 
naufragados

contemplar 
a dúvida
no azul
sem nuvens

olhos mudos
e perplexos
colhem no inferno
um azul tão limpo
intraduzível

o olhar à deriva
aderna sobre
uma chama azul

mas a memória
arde em cores vivas

o duplo percurso
corpo e palavra
segue a sagrada senda
ao signo
breve
intenso

ascende
não alto o suficiente
para que a terra seja azul
nem tão baixo para que
a queda
nada
signifique

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