Interrogo se
a forma pulsante
soa dentro de si
ou da matéria
talvez componha
uníssono aos golpes 
do escultor o ritmo que
revelará a verdade

O que pede
para ser dito
discursa dentro
e fora do corpo
para compreendê-lo
exponho-o à febre
da palavra lâmina
aos ventos 
da palavra sonho

Latente na quietude
semente que a noite
da terra gesta
Já não é o silêncio
ilegível espaço negro
o poema
o atesta
textura

Mãos modelam
sabem a morte
sussurrando entre
sabem o afago 
das manhãs 
sabem imatura
a palavra até 
que olhos a colham 
palpáveis como pedra 
ferro carne

A vida ávida
por pronunciar-se

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