Delicadeza semelhante
a das mãos que amparam
um filhote de pássaro

O azul sem nuvens 
envolve o voo 
silencioso do urubu

Baudelaire ao versar a carniça
libertou a poesia de uma quietude
Agora o poema não exige violência
pode contemplar o putrefato

Tampouco aceita
o olhar intacto
ante as formas
se dissolvendo

Nenhum comentário: