La terre est bleue comme une orange
Paul Éluard


Frutas cítricas não sussurram
sua existência aos sentidos
Vidraças do silêncio partem-se
O cio tem cheiro de urina

Laranjas clamam pelas chamas
Poesia não apazigua
o inferno com cores frias

Sugar o sumo faz soar
os livres acordes do gozo
Magma sonoro reinventa
o ritmo da alma e dos ossos
Belo e dolorido jazz
Crepúsculo de cores vivas
A agonia eleita musa

Sede insólita do sumo
Cega ao raciocínio lógico
Lê a efêmera sintaxe:
Corpo faz-se percurso líquido
As águas movem-se ao som
línguas navegam intuitivas

O fruto oculta os tons
Evolui do rumor ao grito

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