Na memória
o rosto 
sem nome
me
olha

A língua 
lembra
o sabor
do sexo
anônimo

Lembranças são
migalhas de pão
lançadas aos pombos

No chão da praça
pedras negras e brancas
compunham a rosa dos ventos
Barbudos esmolavam
na entrada do metrô

Recordar tudo
cada detalhe
Ser o faquir
que estende o corpo
sobre as memórias







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