Meu caro 
Leopoldo María Panero,
recebi teus poemas blasfemos
Ao lê-los me tornei
um cão farejando 
o ânus de gesso
dos ídolos vulgares

A dúvida
não lança
ao nada
Anoto tudo,
sistematicamente
preencho as páginas
impuras do espírito:

na busca
por iluminação
a carne
é candelabro

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