ritmo suave
maré baixa
embala os barcos

baía anoitecida

lábios sussurram
esperanças à ferida
ainda aberta

na superfície
dos olhos
não lê-se 
signos de alívio
flutuarem 
entre
constelações
de peixes mortos



2 comentários:

André Foltran disse...

"constelações
de peixes mortos"

que bela imagem!

Gustavo Petter disse...

Muito obrigado pela leitura André. Citar situações objetivas não explicam totalmente os caminhos da linguagem poética, mas a partir de uma situação dolorosa da vida de um amigo, quando fui desejar-lhe força, me pareceu ter lido essa imagem nos olhos dele. E a imagem habita até que a linguagem vai transformando, construindo e tal. Abraços!