Texto de ROBERTO PIVA apresentando o livro de JUAN SANZ HERNANDÉZ.

Os personagens de Sade tem em comum com os poetas a luxúria das imagens & a falta de escrúpulos com a imaginação força definitiva osso da vida roído até o desespero mais p
rofundo suas lascas atravessam a garganta dos mais frágeis abandonando-os pelas esquinas mijadas das cidades do mundo enquanto outros mais monstruosos seguem on the road fomentando discórdias criando as palavras do comportamento utópico profetizado por Rimbaud, Fourier & demais tanques de guerra da sensibilidade. Juan Sanz Hernandez é um destes projéteis espinhosos atravessando as costelas da cidade & desarticulando-a para sempre.
Sua pompa dionisíaca sua corrosão da "moral & dos bons costumes" promete adeptos transtornados. Sua poesia é uma erupção barroca como sua vida tem sido até agora.
O som preciso para seus poemas é a tempestade.
 
 

Os dentes de eva
rompem com rumor
o rubro verniz.
Entoam o gozo
compasso ritual.
 
 
Sustente o ritmo
famélica eva
tua língua navalha
navega meus olhos
de um lado a outro.
 
Caninos agudos
transpassam o fruto.
Colha minha órbita
o ovo das Visões
encene os delírios.
Baile com Bataille
o último tango.
 
À porta do paraíso
uiva um cão andaluz.